Em uma demonstração racional de mercado, o Google está cada vez mais comprometido em educar a web sobre conteúdos problemáticos e combater fake news. A empresa anunciou que deseja investir 10 milhões de dólares nos próximos dois anos em esforços para a alfabetização global, incluindo de forma mediática. Uma de suas ações será voltada para crianças, através de parcerias com canais educativos do Youtube. A ideia é utilizar o espaço para instruir e educar o público infantil sobre o que eles consomem em notícias e vídeos.
O programa ainda está na fase inicial, mas alguns canais americanos de ciência já foram citados, entre eles o asapSCIENCE (7 milhões de assinantes) e o Smarter Every Day (5,5 milhões de assinantes). Ainda sem confirmação, os dois expressaram interesse em participar da ação. O objetivo é básico: ensinar as crianças a discernir o que é fato e o que é ficção, entre tudo que consomem. A decisão é resultado de um momento difícil dentro da plataforma, que viu teorias de conspiração ganharem cada vez mais espaço em seus tópicos de tendências.
UM YOUTUBE DEMOCRÁTICO, MAS LIMPO
Quando uma plataforma, vista como meio informativo, abre espaço tanto para fatos quanto para teorias, é preciso colocar algumas regras. Com um algoritmo raso para discernir seu conteúdo, o Youtube tem aplicado algumas medidas para informar os usuários sobre o que eles estão consumindo. Em anúncio, a empresa avisou que materiais conectados com grupos estatais ou políticos ganhará uma tarja de identificação, além de vincular o vídeo com artigos da Wikipedia.
Susan Wojcicki, CEO do YouTube, afirma que a plataforma quer estar apta a fornecer informações corretas, mas que não é uma organização com foco em notícias. Ao tirar o corpo fora, Susan evidencia que os vídeos conspiratórios ainda vão existir em seu feed, mas que o trabalho de seus engenheiros é deixar claro sobre o que eles tratam. Como uma clareza democrática dos fatos.
Como o SXSW 2018 demonstrou, as empresas são cada vez mais cobradas por um posicionamento energético no combate de informações falsas. Depois das notícias envolvendo a Cambridge Analytica e o Facebook, se posicionar efetivamente é um meio de sobrevivência, até mesmo para a “saúde mental” da internet.
Fonte: b9