Ganhar ou perder uma eleição depende de inúmeros fatores e um deles é a comunicação com o seu público alvo: o eleitor. Este é um dos temas que o CCO da kakoi Comunicação e especialista em novas mídias Ediney Giordani domina, uma vez que ele já participou de várias campanhas ao longo da sua carreira.
Como nada mudou na legislação eleitoral em comparação com as as últimas eleições no mundo web, basta que os candidatos e os seus assessores não cometam pecados básicos dentro das redes sociais, como prestar atenção apenas em números e não na segmentação de sua audiência.
“Nas redes sociais, por exemplo, se comemora quando o candidato atinge X ou Y número de seguidores e, na verdade, este número não quer dizer absolutamente nada. Há página com 100 seguidores mais influentes para suas audiências do que páginas com 10 mil seguidores” explica Giordani, que ainda lembra: “Infelizmente, há meios de se comprar likes sem qualidade alguma.”
O jogo sujo pelas redes sociais
Sobre perfils falsos (os chamados fakes), Ediney é realista ao afirmar que eles sempre existiram e provavelmente sempre existirão. “Os perfis fakes são fáceis de se detectar. Normalmente falam apenas de um assunto, tem fotos chamativas, um linguajar padrão. Um bom meio de se certificar se uma página é fake ou não é salvar a foto do perfil e fazer uma busca reversa no Google. Se o perfil não tiver fotos, a chance dele ser fake é gigante”, conta.
Outro detalhe a ser observado para identificar se a pessoa é real ou se é preparada é o número de seguidores. “É bastante comum este perfil seguir mais pessoas do que ser seguido no caso do Twitter, além de ter poucos amigos em comum com você no caso do Facebook”.
Quem escreve o quê?
É bom saber que nem sempre são os próprios candidatos que cuidam diretamente das redes sociais, mas sim um profissional contratado para isso: o Social Media.
Ediney afirma que para esta função é preciso trabalhar com ampla sinergia com o candidato e sua equipe. Ele precisa entender intimamente todo o plano de governo e a maneira como o candidato se dirige ao seu público e pensa a respeito dos mais diversos temas. “É importante também manter a identidade clara para a audiência. Quando o assessor postar, este deve assinar como assessor para que se possa separar quem é quem nas postagens” explica o especialista.
Muito do que é divulgado nas redes sociais pode refletir em pautas dos meios tradicionais como jornais, rádios e tvs, por isso, todo o cuidado é pouco, apagar uma postagem não é mais uma opção já que um print pode “te entregar”:
“Assim como os meios tradicionais dão boa parte da pauta de discussões nas redes sociais o inverso também é verdadeiro. Não há necessariamente uma ligação entre elas mas tudo que tenha grande repercussão em um meio irá reverberar em outro.”
Protestos
E as manifestações dos últimos meses? Será que elas podem ter causado uma certa rejeição por parte de alguns com relação aos políticos ou temos agora novos entusiastas partidários?
Ediney acredita que os políticos tomaram um “choque de povo” e que as pessoas perderam um pouco o medo, se tinham, de manifestar a sua opinião. “Houve uma certa abertura que os protestos trouxeram. Do lado político houve uma necessidade urgente de profissionalizar sua comunicação para se responder as crescentes demandas vindas das redes sociais. Para isso tornou-se obrigatório o monitoramento constante das redes sociais, para que se possa responder com brevidade e exatidão todas as questões” encerra esta questão Ediney Giordani.