Uma agenda de pacientes cheia é sinal de que o médico conquistou uma boa clientela e não precisa se preocupar com marketing, certo? Errado — ao menos segundo o gestor de redes sociais da KAKOI Comunicação, Thiago Andrade. Segundo ele, se fosse assim, refrigerantes consolidados ao longo das décadas não precisariam anunciar:
“Há uma miopia no meio médico em achar que consultório cheio hoje significa agenda cheia amanhã. Não funciona mais assim. A taxa de pesquisa por novos profissionais cresce a cada dia. O médico ou clínica que não estiver posicionado profissionalmente sofrerá no futuro.”
Muitos profissionais da saúde ainda enfrentam estratégias amadoras, promessas exageradas e até ações que ferem o código de ética da profissão. Essa falta de profissionalismo pode prejudicar a reputação dos consultórios e afastar pacientes.
Um erro comum é o uso de campanhas padronizadas, que ignoram as particularidades de cada tipo de paciente. Posts genéricos nas redes sociais ou anúncios mal segmentados não conectam o profissional ao público certo:
“Muitas vezes, agências ou ‘especialistas’ sem experiência no setor aplicam fórmulas prontas, esquecendo que o marketing médico exige personalização e conhecimento do perfil do paciente de cada especialidade. No marketing, o ‘parecer’ profissional é tão importante quanto o ‘ser’ profissional”, diz Andrade.
Ausência de estratégia de longo prazo
A baixa conversão de pacientes, segundo o especialista, é uma consequência direta. Investir dinheiro em campanhas mal executadas é como jogar oportunidades fora, enquanto a concorrência, com estratégias bem-feitas, ganha espaço.
Outro campo que tem ganhado relevância é o chamado “Dr. Influencer”, em que médicos aparecem fazendo vídeos e ganhando seguidores nas redes sociais. No entanto, Thiago alerta que essa não é a única maneira de atrair a atenção:
“O importante é focar no público-alvo. Um médico influencer acaba se tornando mais influencer do que médico, o que pode minar sua reputação. Vale, no caso da medicina, uma comunicação mais consistente, afinal, ninguém vai se divertir em um hospital ou consultório”, finaliza.