Quando se fala em marketing digital, é muito comum que as pessoas o associem a uma ação independente, que pouco tem a ver com o chamado marketing “tradicional”. Na verdade, esse é um grande equívoco. O marketing digital surge como uma nova ferramenta, pronta para auxiliar empresas no novo cenário digital em que o mundo se encontra, mas que tem por base os mesmos conceitos do “tradicional”, afinal princípios não mudam.
A maioria das empresas parecem muito preocupadas em iniciar suas estratégias de marketing digital o quanto antes, para não ficarem para trás, mas se esquecem de analisar previamente todos os elementos básicos que serão decisivos para o sucesso da campanha. Será que sua empresa possui o alicerce necessário para iniciar as ações de marketing digital? Proponho três principais pontos para o checklist:
1. Avaliando a identidade visual
Quando falo sobre marketing digital para algumas empresas, explico que dar início à campanha representa expor uma marca, seja de produtos ou de serviços, a um público imenso, composto por pessoas e outras empresas. Um público que aquela marca ainda não conhece, e que, da mesma forma, também não é conhecida pelo público.
A velha máxima “a primeira impressão é a que fica” também se aplica ao meio digital. Isto significa que ao entrar para o universo do marketing digital você deve ter certeza de que seu logo e identidade visual estão adequados. Você pode fazer isso investindo R$1.000 ou até mesmo R$100.000, tudo vai depender da verba que possui. Mais importante do que o valor gasto é a atenção dispensada a entender quem é o seu público, como o visual da marca conversa com ele, e como o seu conjunto visual demonstra coerência e equilíbrio.
2. Como anda o seu website?
É preciso perceber que ao buscar a exposição nos canais digitais, seja por meio de campanhas do Google AdWords, seja nas redes sociais como Facebook, LinkedIn, Instagram, entre outras, você precisará levar o público até a porta digital da sua empresa: seu website. Este será seu cartão de visita sempre, seja em campanhas, webinar, vídeos, entre outros.
Existem sites de baixo, médio e alto investimento. É importante entender as diferenças pois a consequência é grande em relação ao seu sucesso no marketing digital. A qualidade do site será um fator determinante para pagar mais ou menos por um anúncio do Google, e será decisivo no seu investimento total em marketing digital. Explico: O Google atribui e calcula variadas métricas para cada site, como autoridade de página, taxa de rejeição, taxa de saída, tempo médio de visitação, entre outras (métricas do Google Analytics). Um dos principais parâmetros para determinar a ordem de aparição nas pesquisas pagas (AdWords) é o “Índice de Qualidade da Página de Destino”, e na maioria das vezes, essa página destino é o seu site.
Imagine que um visitante navega por dois sites diferentes procurando um produto. No primeiro site, ele permanece por 2 minutos; no segundo site, apenas 30 segundos. O tempo de permanência é um dos critérios do Google para atribuir qualidade a cada site.
Agora vamos pensar o que fez o visitante ficar 2 minutos em um site e 30 segundos no outro? Um site moderno, com cores bonitas, com animação, fácil navegação, com um portfólio de produtos e serviços interessante e que não demora para carregar possui maior probabilidade de manter o visitante navegando, não é mesmo?
Os sites desenvolvidos para o Google possuem inúmeras características de arquitetura e performance que os diferencia dos demais (SEM/SEO). Como resultado, podemos imaginar a seguinte situação: A empresa X investe R$ 1.000,00 por mês e consegue 5 novos clientes e a empresa Y (do mesmo segmento) investe os mesmos R$ 1.000,00 por mês e conquista 10 novos clientes. Esta é a chamada “taxa de conversão” e os melhores sites conquistam melhores taxas de conversão e melhores posicionamentos nas buscas pagas e orgânicas do Google.
3. A importância do planejamento
Existem conceitos que são básicos para qualquer negócio e que influem sobre o marketing digital. Um deles é o planejamento estratégico, que define onde a empresa quer chegar e como. Este plano, em linhas gerais, precisa responder qual a proposta de valor de sua empresa (posicionamento), modelo de preço, canais de vendas, segmentos de mercado onde quer atuar, estratégia de crescimento, estratégia competitiva, estrutura de custos, parcerias e capacidades.
Como derivação do plano estratégico temos o plano de marketing, o qual define o portfólio de produtos/serviços, posicionamento de preços, conceito, entre outros. Vamos a um exemplo: um empreendedor que deseja lançar um e-commerce de roupas precisa pensar em variedade de peças, estilos, tamanhos, entre outros. Imagine que ele invista um valor substancial na divulgação de marca e em campanhas de vendas no Google e redes sociais. Como resultado, ele verifica que o tráfego do site aumentou 10 vezes, mas as vendas cresceram apenas 5%. Certa vez, uma experiência prática com um cliente me mostrou que se você tem camisas com apenas um tipo de estampa (que não é do gosto do cliente), apenas no tamanho P (que também não é o tamanho do cliente) e ainda que você aceita somente boleto (não é a preferência de pagamento do cliente) é muito provável que você tenha perdido muito tempo e dinheiro gerando uma demanda que não vai se converter em vendas.
Além disso, para que se possa ter um diferencial na promoção dos produtos/serviços é preciso ter um conceito que traduza a marca. Ele está relacionado a um posicionamento, que pode ser preço-baixo, conveniência, rapidez na entrega, ou também no estilo adotado na comunicação, como linguagem formal ou informal, jovem, bem-humorada.
Uma vez que você tenha se certificado de que as bases estão sólidas para receber investimentos no marketing digital, este é o momento certo para avaliar as melhores estratégias para o segmento de mercado em que seu negócio está inserido, verificar em quais canais o seu público-alvo está, quais regiões geográficas são importantes para você, para então produzir um sólido planejamento para suas campanhas.
Fonte: Administradores