Como sabemos, tirando a perene certeza da afirmação de que tudo na vida é efêmero, tudo o mais é passageiro. Na comunicação das empresas, na comunicação pessoal, nas plataformas que atualmente utilizamos, também é assim. Enquanto escrevo este texto, que mal comecei, me dei conta de que nem todo mundo sabe o que é o tal do Orkut.
Orkut para os incautos desconhecedores da já praticamente extinta rede era um lugar, igual ao Facebook, só que bem pior. No começo, para entrar no Orkut, rede social pertencente ao Google, era necessário um convite de alguém que lá estivesse, era quase um clubinho, mas baratearam demais a jóia de associação, até que ela deixou de existir e aí, logo morreu.
No Orkut não havia um mural compartilhado, se você quisesse saber “da vida” da pessoa, teria que ir até o mural dela. Se quisesse mandar um recado você deixava um “scrap” ou ainda um depoimento. Tinha álbum de fotos, vídeos e as famosas e ainda existentes Comunidades, que acreditem ou não, ainda é um sucesso.
O Orkut morreu porque não conseguiu acompanhar a evolução das necessidades de comunicação dos usuários, não conseguiu identificar que era muito melhor você receber atualizações dos amigos do que ir em busca dos amigos. Não conseguiu controlar os spams constantes na timeline de todo mundo e nem ponderou a possibilidade de dar aos usuários a personalização da URL. Morreu.
O Orkut, dizem os especialistas que sofreu, entre outras coisas de excesso de democracia. Você poderia, por exemplo, escolher as cores da sua página, poderia personalizar o background, enfim, você tinha liberdade para fazer praticamente tudo dentro da rede, não havia um controle.
Com a chegada do Twitter e principalmente do Facebook houve uma rápida migração para estas plataformas, pois elas facilitaram a vida digital de todos. Você poderia ficar informado sobre suas redes de contatos com apenas um clique. Você passou a falar sobre o que quiser e todos que eram seus amigos saberiam sem precisar visitar a sua página. A privacidade melhorou, pois você não precisava sair da sua rede social para bater papo em particular com alguém e também não corria o risco de mandar um depoimento com a tag “NÃO PUBLICAR”, que claro, acabava sendo publicado.
A morte do Orkut dá as empresas e as pessoas uma importante lição: não concentre sua comunicação em apenas uma rede, rapidamente tudo pode mudar e você, como diriam os gaúchos, ficará a pé. Tenha uma equipe de comunicação sempre antenada com os movimentos da internet. Em 2012 apostava-se que o ano de 2013 seria do Google Plus, não foi. Em 2014 já não se tem tanta certeza de que a rede irá “vingar”, movimentos recentes da gigante Google dão conta que a certeza deixou de existir, e que por incrível que pareça eles estão tateando no escuro.
Fique ligado, divida esforços e faça intervenções rápidas. No mundo da internet tudo pode ser recuperado, mas quanto mais você demorar parar agir, mais fundo o seu bolso terá que ser.
Em tempo:
Vale lembrar que o Orkut ainda vive. Vive por aparelhos, claro, mas vive. A cada login o Google convida os usuários que ainda estão por lá a migrarem suas contas para o Google Plus. No Orkut, há diversas “melhorias” em relação ao produto original, eles agora tem timeline, tem chat, mensagens privadas, mas já era tarde demais.